RELEVO E CLIMA
O relevo interfere nos movimentos da atmosfera provocando:
- Alteração de trajetória horizontal de macro-escala, especialmente até
5.000 m de altitude.
- Alteração da trajetória vertical de mesoescala e escala local produzindo ventos catabáticos (ventos noturnos que descendem as encostas das colinas) e anabáticos (ventos diurnos que sobem as encostas das colinas).
- Efeito de freio, de exposição e iluminação.
- Redução da temperatura e da pressão.
- Formação de inversões térmicas, com a ocorrência de névoas, nevoeiros e nuvens estratiformes.
- Aumento da umidade relativa, da nebulosidade e da precipitação (nuvens orográficas, associadas às elevações montanhosas).
- As montanhas situadas nas latitudes tropicais, próximas à linha de costa, na fachada oriental dos continentes produzem as áreas mais chuvosas do globo.
VEGETAÇÃO E CLIMA
A cobertura vegetal desempenha um papel regulador de umidade e de temperatura muito importante. Devido à sua capacidade de absorver radiação solar e transpirar pelas folhas (evapotranspiração), favorece temperaturas mais amenas e maior umidade atmosférica.
LATITUDE E CLIMA
Latitude = linhas imaginárias horizontais; indicam a localização geográfica dos países. É medida em graus (de 0º a 90º) e pode ser Norte ou Sul. O que determina o local por onde passam essas linhas é a medida do ângulo de incidência dos raios solares na superfície.
Altura solar = é o ângulo formado entre o raio solar incidente e a superfície do lugar.
Quando o raio de sol incide na superfície da Terra em seu maior ângulo de inclinação, temos a marca de um trópico - 23º23' (Norte) e 23º23' (Sul).
O nome do trópico é dado pela constelação que estiver atrás do sol na época em que ocorrer a maior incidência = Câncer (Hemisfério Norte) ; Capricórnio (Hemisfério Sul).
A ROTAÇÃO DA TERRA E O CLIMA
Com o movimento de rotação, há diferenciação de entrada de energia (maior ou menor duração do dia ou da noite); associada ao aumento da latitude.
O MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO DA TERRA E O CLIMA
Translação = movimento da terra ao redor do sol de forma elíptica. Promove uma distribuição sazonal da energia solar sobre a Terra, de modo a ter simultaneamente maior recepção de energia em um lugar do que em outro.
Solstício = A palavra Solstício, deriva do latim, sol + sistere (solstitium), que significa parado, imobilizado e está associada à idéia de que o Sol estaria como que estacionário. Marca a época do ano em o Sol, no seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o máximo afastamento angular do Equador.
Equinócio = é uma palavra que deriva do latim (aequinoctium), e significa “noite igual”, e refere-se ao momento do ano em que a duração do dia é igual à da noite sobre toda a Terra.
A distribuição dos climas por faixas de latitude é denominada de zonalidade climática e a recorrência anual dos fenômenos do clima é conhecida por sazonalidade. Tais resultam dessas duas causas:
- Latitude e diferenças na distribuição da radiação solar;
- Inclinação do eixo de rotação sobre o plano da eclíptica.
O coeficiente de transparência da atmosfera é de 60% (albedo terrestre), ou seja, com os raios solares a 90º a energia que chega ao solo equivale a 60% da constante solar (2 cal/cm²/minuto). Com a inclinação à 30º a energia que chega ao solo é, aproximadamente, a metade.
CONSEQUÊNCIAS PARA A FAIXA INTERTROPICAL
- O superávit de energia é cinco vezes maior na faixa intertropical do que nas regiões situadas além de 60º (norte ou sul).
- O fluxo de calor latente nos oceanos tropicais é três vezes maior que o do restante do planeta e aí estão apenas 24% das terras emersas.
- Até a latitude de 20º o volume de água evaporada é dez vezes maior que o das outras latitudes.
- Temperaturas médias mais elevadas.
Além do clima, a zonalidade e a sazonalidade, tem consequências para a Biogeografia (distribuição dos grandes Biomas); a Hidrografia, a Pedologia e a Geomorfologia.
Os valores de temperaturas podem ser plotados em cartas topográficas, e os desenhos das isotermas (linhas que unem pontos de mesma temperatura) se assemelham às curvas de nível (menores valores térmicos são encontrados nas maiores elevações). A temperatura varia com o tempo: em escala diária, a máxima temperatura ocorre por volta das 16 horas e a mínima próxima do nascer do sol; a diferença entre esses valores é a amplitude térmica diária. Em escala anual, os maiores valores ocorrem no verão e os menores no inverno. A diferença entre as médias dos meses mais quentes e mais frios é a amplitude térmica média anual.
CONTINENTALIDADE E CLIMA
Maritimidade: É uma medida da influência do mar sobre o clima das regiões situadas próximas aos oceanos, provocando um aumento da umidade relativa do ar possibilitando a ocorrência de chuvas ou contato mais intenso com as massas de ar que vêm dos oceanos, o que implica na caracterização das temperaturas locais e regionais.
Continentalidade: É uma medida direta da distância de cada lugar ao mar. A distância dos corpos hidricos influencia a temperatura do ar por causa das diferenças básicas nas características térmicas. No geral, a água absorve cinco vezes mais calor a fim de aumentar sua temperatura em quantidade igual ao do aumento do solo. Logo, quanto mais próximo as grandes massas líquidas, menor será a variação da temperatura (maritimidade) e quanto mais distante as grandes massas líquidas, maior será a variação da temperatura. (continentalidade) Por isso, climas continentais são caracterizados por possuírem grandes variações de temperatura.
A continentalidade/maritimidade traduzem o efeito do oceano, que atua como regulador térmico (é representada pela distância do mar, medida na direção dos ventos predominantes). Os oceanos funcionam como um grande depósito de calor (ocupam 73% da superfície do globo) e sua proximidade atenua a amplitude térmica anual. O calor específico da água equivale a 6/10 da Terra, ou seja, uma mesma quantidade de energia eleva a temperatura da água de 6ºC e, a da terra, de 10ºC.
O ativo dinamismo das águas oceânicas permite armazenar grande quantidade de calor em espessuras consideráveis. Estima-se que a temperatura média dos oceanos é de 3ºC maior que a temperatura média global.
Consequências climatológicas:
- Os oceanos por terem maior capacidade de absorção e retenção de calor, proveniente da radiação solar, desempenham importante efeito regulador, atenuando as amplitudes térmicas.
- A intensa evaporação e a condensação transferem energia e umidade do oceano para a atmosfera aumentando a retenção do calor junto superfície, produzindo o efeito estufa.
- O superávit de umidade da atmosfera oceânica transfere-se para os continentes, onde vão produzir chuvas, retornando aos oceanos pelos rios (ciclo hidrológico).
- Os oceanos interferem na formação de massas de ar e em suas trajetórias.
- As brisas são ventos costeiros, de escala local, que resultam do contraste continente / oceano.
- Os ventos de macro-escala, como os Alísios, também são bem caracterizados sobre os oceanos.
- Quando, devido à dinâmica da atmosfera, se somam a umidade de origem oceânica e a ação estimuladora do relevo, ocorrem recordes de pluviosidade.
- Os lagos de expressiva extensão, como os Grandes Lagos Americanos, produzem em seu entorno (até 20Km) as mesmas consequências climatológicas dos oceanos.